domingo, junho 24, 2001

Sempre fui fascinado pela exploração do espaço pelo homem, desde o início da corrida espacial, duramente disputada no período da Guerra Fria entre russos e americanos. Acompanhei com a avidez e a curiosidade de criança a chegada do homem à Lua, ouvindo a transmissão pelo rádio, barulhenta e cheia de ruídos, a voz nasalada e rouca de Neil Armstrong dizendo: “É um pequeno passo do homem e um gigantesco salto para a humanidade”.

As motos - mochilas voadoras usadas pelas tripulações sempre me intrigaram, por que não construir uma versão terráquea dessas motos maravilhosas, surge agora uma idéia que poderá viabiliza-la num futuro próximo. Veja essa reportagem da Isto É Digital:

Desde 1994, o empresário texano Jay Carter investe num sonho: mostrar a viabilidade de um novo tipo de aeronave híbrida de helicóptero com avião, o heliplano. Batizado de cartercóptero, seu primeiro protótipo pode transportar cinco pessoas por 3.900 km (distância pouco menor do que a que separa Los Angeles e Nova York) gastando apenas 500 litros de combustível e desenvolvendo no máximo de 750 km/h, 90% da velocidade de um Boeing 737. Como não necessita de uma pista de pouso e de decolagem, a nova aeronave é um forte candidato a concorrer com o helicóptero e fazer pipocar milhares de Vertiportos (aeroportos de decolagem e pouso vertical) por todo o planeta.

A mágica para fazer o pequeno cartercóptero ser tão econômico é o fato dele ser pressurizado e projetado para voar a 15.000 m de altitude, 5 km acima das rotas dos jatos comerciais e onde a densidade do ar é tão baixa que - embora suficiente para manter a sustentação da aeronave - minimiza ao máximo a resistência ao seu avanço. Voando ao nível do mar, por exemplo, o cartercóptero é muito mais lento. Desenvolve no máximo 370 km por hora.

Jay Carter tem planos de lançar comercialmente quatro modelos de heliplano. O primeiro será pequenino (360 kg e US$ 100 mil) e não-tripulado, para missões de reconhecimento militar. O segundo, de 2.400 kg, equivale a um pequeno helicóptero e transportará 5 pessoas. O terceiro heliplano, de 22 ton, terá as dimensões de um avião médio com capacidade para 40 passageiros. O irmão maior dessa família será um gigante cargueiro de 90 ton e preço unitário de US$ 100 milhões. Terá 32 m de comprimento, asas com 38 m de envergadura, rotores de 45 m de diâmetro e alto como um prédio de quatro andares. Carter quer que seu mamute aéreo tire mercado do Hércules C-130, o principal avião cargueiro das forças armadas americanas e que custa US$ 85 milhões. Na versão de passageiros caberão até 150 poltronas.

Ainda não há data para o lançamento dos primeiros modelos, o que deve ocorrer nos próximos dois anos. Mas se eles forem bem sucedidos comercialmente, com certeza serão visão comum nos céus das grandes cidades brasileiras, em especial São Paulo, dona da segunda maior frota de helicópteros do planeta (450 aparelhos, menos apenas que Nova York) e 192 helipontos, sem contar os dois enormes helicentros com capacidade para guardar até 180 aparelhos cada, a serem inaugurados nos bairros do Jaguaré e em Carapicuíba até o fim do ano.



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